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Recém-nascido morre após atendimentos em Bofete e Botucatu
Família acusa negligência do sistema; Prefeitura e UNESP são citadas.
SAÚDE PÚBLICA
Vítor Cruz
4/10/20252 min read


A morte do pequeno Heitor Lourenço da Cruz, de apenas seis dias de vida, alarma as negligências do sistema. A criança faleceu no Hospital das Clínicas da UNESP de Botucatu após ter sido encaminhada pelo Pronto Socorro da UBS Bruno Novaes, em Bofete, onde havia dado entrada com quadro de icterícia acentuada e sintomas preocupantes como vômito com líquido esverdeado e gemidos contínuos.
Segundo o depoimento da equipe de enfermagem, o recém-nascido já apresentava sinais de agravamento desde o domingo (6), mas só foi levado à unidade de saúde na terça-feira (8). A equipe médica do Pronto Socorro teria solicitado, por duas vezes, vaga através do sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), mas recebeu negativa da UNESP, que considerou o caso não urgente o suficiente para internação em UTI Neonatal. Segundo informações, a mãe da criança, a princípio, teve bloqueios e resistência em ter de voltar para os corredores da UNESP.
Apesar disso, a equipe do Pronto Socorro tomou a decisão de realizar a transferência por conta própria, em um carro da Unidade de Saúde, sem equipe de enfermagem, em busca de atendimento emergencial. Na chegada à UNESP, a equipe médica iniciou procedimentos como fototerapia e considerava uma transfusão de sangue, mas infelizmente, já era tarde demais.
A Prefeitura de Bofete, em nota oficial, afirmou que todos os protocolos foram seguidos e que o Pronto Socorro prestou atendimento adequado e diligente, solicitando vaga e realizando a transferência mesmo após recusas formais do sistema estadual. A administração municipal também se solidarizou com a família e reforçou seu compromisso com a saúde pública.
Já profissionais do PS relataram frustração com a liberação precoce do recém-nascido pela própria UNESP dias antes do óbito, quando a criança ainda apresentava quadro de icterícia. “Eu mesma vi a criança amarela, e não entendo por que ela foi liberada sem passar pelo banho de luz”, disse uma técnica de enfermagem.
A família de Heitor, por sua vez, acusa nas redes sociais a rede pública por negligência. “Será que se tivessem encaminhado ele na hora, não tinha sobrevivido? Como sempre, a rede pública destruindo famílias e vidas”, desabafou um familiar do bebê.
O ocorrido levanta questionamentos profundos sobre os critérios adotados, a comunicação entre os setores e o valor dado à vida de um recém-nascido. É inaceitável que vidas tão frágeis sejam perdidas por entraves burocráticos, por protocolos, ou por uma rede que muitas vezes não funciona de forma integrada. Que a curta existência do Heitor seja um grito por mudanças, pois quando o básico falha, tudo falha.