Bofete visa criar sistema intersetorial de proteção e acolhimento à mulher

Representando o Portal Bofete Online, acompanhei nesta semana as representantes do município de Bofete em uma visita técnica à cidade de Mauá, na Região do Grande ABC de São Paulo. O objetivo da viagem foi conhecer de perto as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher implementadas por lá, entre elas, a Rede Viva Maria e a Patrulha Maria da Penha, referências na integração entre os serviços públicos e a sociedade civil.

A visita acontece em um momento estratégico para Bofete, que atualmente possui mais de 100 medidas protetivas ativas, segundo informações do diretor de Segurança Pública, Fernando Queiroz. Com aproximadamente 13 mil habitantes, o município busca se tornar uma referência regional no acolhimento e na proteção das mulheres vítimas de violência.

Durante a visita, a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Mauá, Cida Maia, apresentou a estrutura da Rede Viva Maria, destacando o papel da informação e da conscientização: “Quando as mulheres têm informação, elas próprias buscam o nosso serviço”, afirmou. Também foi apresentada a Patrulha Maria da Penha, composta por cinco agentes da Guarda Civil Municipal, que atua de forma ininterrupta no apoio às vítimas. Outro destaque foi o aplicativo "ANA - Botão do Pânico", lançado recentemente para oferecer mais segurança às mulheres com medidas protetivas em vigor.

A equipe de Bofete foi composta pelas vereadoras Gláucia Bertoncini e Sol Batina; pela diretora da Mulher, Juventude e Inclusão, Taís Duarte; pela assistente de saúde Neuseli Nunes, esposa do vice-prefeito; pelo diretor de Segurança Pública, Fernando Queiroz; e por mim, Vítor Cruz, jornalista.

A visita técnica reforça a importância do debate promovido na última sessão da Câmara Municipal de Bofete, no dia 15 de maio, quando a vereadora Gláucia Bertoncini apresentou um Anteprojeto de Resolução, com apoio da vereadora Sol Batina, que propõe a criação do Sistema Único de Atenção à Mulher de Bofete (SUAMB). O projeto estabelece uma diretriz fundamental para o funcionamento da recém-criada Diretoria da Mulher no município.

O SUAMB tem como foco a integração entre os setores da saúde, assistência social, segurança e educação, com o objetivo de oferecer respostas mais rápidas, eficazes e humanas às mulheres em situação de violência. A proposta inclui um Protocolo de Acolhimento, dois níveis de atendimento (básico e especializado), e a criação de um comitê coordenador intersetorial.

“O SUAMB se propõe a unir forças, a fazer da proteção à mulher uma missão coletiva. Não há política pública eficiente quando as diretorias atuam isoladamente, este projeto é uma pauta que defendo em meu mandato e dar voz à causa é minha missão como mulher e como vereadora”, destacou a vereadora Gláucia.

Além do fortalecimento das políticas de combate à violência contra a mulher, a visita técnica também serviu como inspiração para outras frentes de atuação da recém-criada Diretoria da Mulher, Igualdade, Juventude e Inclusão de Bofete. A diretora Taís Duarte ressaltou a importância de iniciativas integradas que sirvam de modelo não apenas para o atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade, mas também para a promoção da igualdade de gênero, da valorização da juventude e da inclusão social.

“Quando recebi o convite para fazer parte desse projeto, vi a oportunidade de fortalecermos as políticas públicas de Bofete no combate à violência contra a mulher, na igualdade de gêneros e com um olhar mais atento à juventude e à inclusão. A visita ao SUAMM foi de extrema importância para observarmos como implementar a teoria na prática. Como mulher, é uma honra poder participar de uma causa tão nobre. Acredito muito no conhecimento e que, com união, obteremos ótimos resultados”, destacou.

Inspirado em experiências como a de Mauá, mas adaptado à realidade de Bofete, o projeto representa um passo importante rumo à construção de uma rede de proteção estruturada, acessível e eficaz. O compromisso da gestão e do legislativo com a causa evidencia um avanço necessário e urgente para garantir a dignidade e os direitos das mulheres bofetenses.

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